A Lua de Bruxelas
de Amadeu Lopes Sabino
editor: Relógio D'Água, novembro de 2022
«Em A Lua de Bruxelas, publicada por ocasião do segundo centenário do nascimento de Almeida Garrett, ficcionei a passagem atribulada do poeta pela Bélgica da primeira metade do século XIX.»
Do Prefácio de Amadeu Lopes Sabino
A um sinal da vidente, a bola de cristal, idêntica no tamanho e na transparência à que a criada flamenga oferecera a Luísa no dia da chegada a Bruxelas, iluminou-se como uma lâmpada. A vidente apagou a vela e, na obscuridade da quadra miserável, recitou uma lengalenga num dialeto inidentificável. A bola brilhava mais e mais, refulgia agora, astro fasto ou nefasto, e os olhos da mulher refletiam essa luz mágica. A Lua! exclamava. O prazer e a culpa numa mesma e única identidade. Não é vulgar, um destino assim. O melhor e o pior numa total confusão. Oh, meu Deus! Não é possível! Não é possível?! perguntava ele, entre a curiosidade e o receio. Governada pela dúvida, a vidente era agora uma Lady Macbeth. João Baptista via-se transportado à Idade Média e esforçava-se por reter os pormenores da cena, para mais tarde a integrar numa novela histórica. A Lua, a maldita, a enganadora Lua de Bruxelas. Tudo pode acontecer quando ela aparece. O melhor e o pior. Acontece sempre o melhor e o pior. Mas eu prefiro não entrar em pormenores. Não quero ver, não quero ver.
Livro novo a estrear.
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10,00 €Preço
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