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O último silvo do vapor
de Luís Vieira da Mota
Editora Textiverso

 

Sinopse
Esta história tem a linha do Douro e os seus comboios como cenário. E não temos dúvidas que, para além da trama, o autor quis com a sua prosa prestar uma homenagem àquela linha, hoje tão desprezada em troços significativos, e às pessoas que tinham nela o único meio de transporte para sobreviver.

Uma delas é o Jaime, de quem se conta o seu baptismo de comboio e a sua admiração por tudo o que girava à volta dele e da linha. «A vida ficou-lhe intrinsecamente amalgamada ao caminho-de-ferro». Aliás, um traçado difícil e perigoso, sobretudo se tivermos em consideração os recursos escassos no tempo em que foi construída. Uma linha a serpentear escarpas desde o alto Douro até ao Porto, essa cidade que o autor diz «implantada quase na Foz do Douro». «Quase, porque o Douro não desagua no mar em chegando ou passando o Porto. Desagua, isso sim, em São João da Foz. Que nem Eça de Queirós alcunhou a mãe de Amélia [a amante do Padre Amaro] de portuense ou tripeira, mas sim de São Joaneira, por ser natural de São João da Foz.»

Luís Vieira da Mota pinta o enredo com pinceladas de história e conta-nos como evoluíram as composições, das carruagens verdes prussianas Goerlitz às Linke-Hofmann, e depois as Budd e as Sorefame. Ou as locomotivas, desde as pequenas Beyer Peacock às poderosas e enormes 700 articuladas com tender ou as velozes 0181 e quejandas, de vapor mais que sobreaquecido. E depois as máquinas a diesel e as eléctricas, de quilovática potência, já tão modernas que nem o povo as reconhecia. « Quilowatts, uma merda que nem fumo deixa na paisagem, cartão de visita e ex-libris de uma composição ferroviária que se preze»  diziam os nostálgicos. Tudo o que não cheirasse a trofa-a-fafe, trofa-a-fafe» não era comboio!

Mas evoca também a via fluvial como alternativa. A importância indubitável do rio Douro e dos outros rios seus afluentes  o Tâmega, o Paiva  justamente os nomes que as linhas tomam quando passam sobre eles ou os acompanham pelas suas margens.

Para o seu Jaime, o decano dos costumeiros da linha do Douro, «o mais belo panorama dependia apenas do lado para onde acordasse em cada dia». E era-lhe muito difícil decidir «se mais belo de barco rabelo competir com o comboio, se na linha, sob o rolo de fumo e da nostalgia do silvo, acenar adeuses às velas quadradas da frota fluvial duriense».

 

O livro encontra-se em excelente estado.

O último silvo do vapor

3,00 €Preço
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