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Kahina, a profetisa
Gisèle Halimi (Autor) 
Círculo de Leitores

 

Kahina, a profetiza: a história da líder berbere que lutou contra a difusão do Islamismo no século VII.
Em meados do século VII da Era Cristã, o Islã se propagou pelo norte da África a partir do Egito, atravessando o deserto do Saara e alcançando toda a região do Magrebe. Após a conversão de Gana, os berberes de Banü Tänmak foram islamizados juntamente com os chefes da cidade comercial de Tädmekka. Dessa forma, a fé em Alá foi imposta a um povo que tinha suas práticas culturais e religião próprias. O rei Aksel, que era pai ou tio de Kahina, organizou uma ferrenha resistência aos soldados árabes, expulsando-os de suas fronteiras. Em um determinado momento, o soberano chegou a se converter ao islamismo, mas, quando percebeu que sua autonomia aos poucos foi sendo limitada, retornou para sua antiga religião. Em seguida, uma verdadeira guerra de conquista foi travada entre as forças de Aksel e as dos muçulmanos. Depois de ter sido feito prisioneiro pelo inimigo e posto em liberdade com a condição de converter os seus súditos, o soberano conseguiu derrotar as forças de Uqba ibn Nafi, matando-o em 683 d.C. Cinco anos depois, o líder árabe Hassan ibn al Numan matou o rei em batalha. Askel foi então sucedido por sua esposa, Koceila, que reinou até o ano de 690, quando passou a liderança dos Imazighen para Kahina, em circunstâncias desconhecidas (não se sabe se por morte ou de forma voluntária).

Quando jovem, Kahina lutou lado a lado com Askel, provando seu valor e discernimento em combate. Antes mesmo de ter se tornado soberana, ela havia derrotado as tropas do líder árabe muçulmano, Hassan ibn al Numan (falecido por volta de 710 d.C.), cujos exércitos faziam campanha no norte da África. A lenda criada em torno da personagem dá conta de que ela teria desenvolvido uma tática de guerra perspicaz, que muito tempo depois foi aproveitada por outros povos de origem asiática e europeia: arrasar o solo, destruindo plantações e esvaziando moradias, para privar os invasores dos saques e butins de guerra. É interessante notar como, quase um milênio depois, os russos fizeram o mesmo com Napoleão I na campanha de 1812. É possível que essa atitude tenha angariado para Kahina a antipatia de alguns dos seus súditos, culminando na falta de apoio para muitas de suas políticas. Em 698, depois de ter tomado a cidade de Cartago, Hassan se dirigiu novamente para a região do Magrebe, sendo mais uma vez derrotado pela soberana. A tradição oral passada adiante diz que Kahina teria usado o seu dom da profecia para adivinhar a formação das tropas de seu inimigo e assim formular um plano de defesa. Desmoralizado, o líder árabe recuou para a Líbia ou o Egito.

 

O livro encontra-se em excelente estado.

Kahina, a profetisa

5,00 €Preço
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